29 de junho de 2010

A coleção de joias que remete a Bethânia, Bethânia, Bethânia.

Há 25 anos, Ricardo Filgueiras abandonou a arquitetura para se dedicar à joalheria, paixão descoberta durante uma viagem. Por acaso, o carioca se deparou com um curso de joalheiros em Nova York, iniciou sua produção por hobby quando retornou ao Brasil, e suas peças começaram a ganhar notoriedade entre artistas, profissionais de moda e colecionadores.

A partir de um amigo que comentava com outro amigo, de repente as visitas à loja viraram uma romaria para ver "os aneis de Ricardo". Com uma produção de aneis que causaram tanta comoção, o designer de joias atraiu os olhares dos estilistas paulistas Reinaldo Lourenço e Glória Coelho, do editor Michael Roberts, da "Vanity Fair", a atriz Glória Pires, a estilista Lenny Niemeyer, o diretor Alberto Renault e até Maria Bethânia, conhecida por não circular à toa. O que vem atraindo tantas pessoas, são... pessoas. Ou melhor, a representação, com ouro, prata e pedras, da visão de Ricardo sobre etnias.
A conhecida diretora Bia Lessa foi à loja de Ricardo Filgueiras atrás de um anjo da guarda para dar de presente quando viu os anéis: - O Ricardo me mostrou os aneis e eu só pensava: Bethânia, Bethânia, Bethânia. Tinha tudo a ver com ela. Ricardo é um artesão que pensa o homem e as angústias humanas - diz a diretora em reportagem para um jornal.
Bia Lessa não foi a única a pensar em Maria Bethânia. Regina Casé levou a amiga para ver a coleção. A mesma Regina que usou cinco anéis da série etnias no prêmio da MTV.

O lançamento da linha étnica coincide com o aniversário de 25 anos como designer de Ricardo, carioca que se formou em engenharia, chegou a fazer pós-doutorado, mas, o hobby falou mais alto. Entre cursos de moda e design gráfico, chamou-lhe a atenção o de joalheria.
- Joalheria para mim era um mistério que ninguém ousaria ensinar ou revelar. Eu tinha uma imagem mítica de seres escondidos em cavernas fazendo coisas mágicas. Um curso de joalheria? Eu tinha que fazer. 
Através de pesquisas, inicou o trabalho. Pensou num índio sem nacionalidade, universal, meio xamã, meio americano, meio mexicano. O índio, em ouro amarelo, foi seguido de um árabe em ouro branco e jatos de areia. Depois ele quis uma figura com raizes mais longínquas. Nasceu o negro/africano nômade/massai, em ouro rosa com turmalina paraíba. 
O intervalo de criação entre as peças era de um mês. Enquanto terminava uma e começava outra, convidava amigos para ver a coleção se desevolvendo e "plasmar as impressões". Assim, foi surgindo a polinésia, em ouro com flores verdes, O velho sábio chinês, o marajá, em ouro braco e rosa com pérolas e a gueixa. Dez figuras que viraram referência para outras criações: pingentes, frascos, anéis menores e cartões.
Para o designer as figuras representam a convivência das diferenças - pondera. Para ele a única intenção é deixar uma mensagem construtiva.

Na contramão das coleções temáticas, ele prefere criar jóias personalizadas. “Sinto prazer em desvendar o desejo de uma pessoa”, conta. “A joalheria feita com amor, com uma mensagem bacana é o que está em alta”, ensina o designer, que tem loja em Ipanema, Rio de Janeiro. 


Fã-clube Grito de Alerta

4 comentários:

  1. Ricardo Filgueiras, esse nome eu não esqueço!


    Nos idos de 1990 eu era trabalhava como cantora em vários e diversos bares e restaurantes da cidade do Rio de Janeiro e todos os finais de semana eu cantava no MADE IN BRAZIL, um restaurante badalado na Barra da Tijuca. Um sábado, saindo de mais uma noite de trabalho do restaurante, peguei meu carro e não andei muito até que ele enguiçou no meio da rua, era madrugada e chovia...começou a chover forte, eu e a amiga a quem dava carona naquela noite começamos a empurrar o carro para a calçada, com medo pois nos víamos sozinhas em meio a madrugada, numa rua deserta...já não tinha mais clientes, todos tinham ido embora, então apareceu um rapaz sorridente e perguntou se queríamos ajuda, empurrou conosco o carro e falou: Vocês não podem ficar aqui na rua nesta chuva e a esta hora da madrugada! Vamos pra minha casa até a chuva passar, vocês podem chamar um socorro etc...confiam? Venham, moro aqui perto.
    Então, olhei pra minha amiga, estávamos ensopadas e com frio e medo, concordamos com o olhar e atravessamos uma rua com a água pela canela. Andamos alguns minutos e eles nos perguntou quem éramos e o que fazíamos ali, eu disse e perguntei a ele o que ele fazia: ele me falou sou designer de jóias. Eu poderei mentalmente, não tem nada de assustador nisso! E continuei a caminhar ao lado dele e da minha amiga, chegamos à casa dele e ele nos deu cobertas, camisetas, nos indicou onde era o banheiro e a cozinha se caso precisássemos ou quiséssemos beber ou mesmo comer qualquer coisa e disse BOA NOITE! Virou-se e foi simplesmente DORMIR, sumindo por um corredor...cerrou a porta e veio o silêncio.
    Eu e minha amiga nos acomodamos cada uma em um sofá da sala e antes de pegar no sono, ainda me lembro de ter comentado com ela bem baixinho: Esse homem não EXISTE não é, mais parece um ANJO!
    Era Ricardo Filgueiras, a quem não tive o prazer de agradecer melhor no dia seguinte, pois saímos da casa dele muito cedo e sem que ele tivesse acordado. Deixei um bilhete de agradecimento mas gostaria de agradecer sempre e de novo, cada vez que lembro deste gesto de solidariedade naquela madrugada fria e chuvosa, é como se eu pudesse ter certeza que existem anjos sim!
    É um grande prazer saber que ele goza de sucesso e tem tamanha notoriedade entre pessoas lindas, como Bethânia e outras queridas, ele merece!
    Pra mim ele foi simplesmente um ANJO na hora que eu precisei, ele não me perguntou nada nem quem eu era, simplesmente fez o que tinha que fazer: me deu abrigo e deu a mão a uma desconhecida como se fosse uma amiga de longa data!
    Obrigada mais uma vez Ricardo!!!
    Grande abraço!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Não sei se Ricardo viu esse depoimento, mas certamente, é por existir pessoas assim que o mundo ainda sorrí!
    Parabéns Ricardo, pelo gesto. entendo que em momento algum foi para ter retorno, mas, de verdade, vc é uma pessoa q merece o sucesso que tem!!!

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  4. Não sei se Ricardo viu esse depoimento, mas certamente, é por existir pessoas assim que o mundo ainda sorrí!
    Parabéns Ricardo, pelo gesto. entendo que em momento algum foi para ter retorno, mas, de verdade, vc é uma pessoa q merece o sucesso que tem!!!

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